Tipografia Vernacular: um estudo sobre a escrita popular urbana.

A palavra borracharia escrita em um pneu encostado num poste sinalizando ao transeunte. Uma placa de cabeça para baixo indicando o local do lava jato. A palavra lanchonete escrita a mão sem nenhum rigor estético na parede de uma construção na periferia… Tudo isso compõe o universo da tipografia vernacular. Do improviso de um pedaço de madeira com um pouco de tinta surgiu uma linguagem que tomou conta da paisagem urbana, onde placas feitas a mão competem silenciosamente com a indústria da comunicação visual na difícil tarefa de atrair o olhar das pessoas.

Esta postagem trata-se de um exercício visual, com o olhar voltado as diversas manifestações das escritas populares encontradas na paisagem urbana de Goiânia.

O Brasil é um país de muitos contrastes. Desde a infância aprendemos a conviver com uma diversidade de culturas, raças, religião e classes sociais. Este complexo universo se reflete na tipografia utilizada na sinalização popular brasileira, onde encontramos as mais distintas formas de comunicação informal.

Em cada esquina encontramos exemplos da riqueza desta forma de expressão visual que traduz o universo da tipografia na sinalização urbana da nossa cidade. As faixas, os letreiros, as placas, os muros, todos são exemplos dessa tipografia popular encontrado em Goiânia.

Basta parar e observar essa forma de escrita popular, caseira, informal, que acaba revelando uma identidade complexa e multicultura brasileira.

Busquei registrar diversos exemplos dessa tipografia informal encontrada em nossa cidade, realizando um estudo visual que vai de encontro a essência da escrita popular brasileira. Este estudo da visualidade urbana favorece, também, a revelação de uma identidade local, própria de Goiânia.

A ideia é descobrir se existe uma identidade nossa, goiana, através da escrita vernacular.

fotos: Marcos Galdino